Monstro do Pântano – O conjuro

 

A DC Comics tem um panteão incrível de personagens místicos, a maioria dos quais mal aproveitados e alguns até esquecidos. Alan Moore reuniu-os todos nos números 49 e 50 da revista Monstro do Pântano. Embora fossem apenas duas histórias, alguns desses personagens tiveram sua melhor aparição de todos os tempos.

No número anterior, a sociedade secreta Brujeria conseguira forjar com medos humanos uma pérola negra capaz de despertar uma força poderosa o suficiente para destruir o paraíso. Essa pérola foi enviada no bico de uma mulher transformada em corvo.

Moore mostra em sequências de um quadro o impacto da passagem do corvo. E consegue resumir a essência dos personagens em um único quadro. 

O plano de Constantine era evitar o envio do mensageiro, mas como se isso não aconteceu, resolve ir para um plano B: reunir feiticeiros humanos enquanto o Monstro do Pântano reúne um grupo de seres espirituais, como Etrigan e Espectro, a maioria dos quais já tinha aparecido em histórias anteriores da série.

Claro que todo mundo odeia Constantine e ele é obrigado a usar de astúcia para convencê-los a se  reunirem num grupo. Diz, por exemplo, que Sargon aceitou participar para convencer o Barão Inverno a ceder sua casa, situada num local entre dimensões. E Sargon é convencido a integrar o grupo porque o Barão emprestou a casa.

O Monstro do Pântano reúne um grupo de seres espirituais. 

Moore utiliza algumas sequências para fazer pequenas inserções mostrando o impacto que a passagem do pássaro está tendo sobre o mundo místico. São trechos pequenos, de um único quadro, mas magistrais. Uma sequência mostra uma mão se aproximando da máscara do Senhor Destino. O texto diz: Em Salém, na casa sem portas e sem cantos, uma máscara de ouro sussurra para si mesma com uma voz seca como o Egito. Um homem levanta para atendê-la. Na cama, a bela esposa eternamente jovem vira de lado e chora”. O impacto desse único quadro é tamanho que ficamos imaginando como seria uma revista do personagem escrita por Alan Moore.

Constantine faz o mesmo com magos e feiticeiros. 

Moore aproveita para interligar os personagens clássicos da DC com os de sua série. Quando John constantine vai à casa de Zatara convencer o mago a participar da empreitada, é zatanna que o leva até a porta. “Ele nunca confiou em mim desde que descobriu que eu e você participamos do mesmo workshop de estudos tântricos”, comenta Constantine. No final, os dois se beijam, escondidos do pai da moça. Quem sabe o que é magia tântrica entende a piada.

O número 49 termina com Mento usando seu capacte para captar o que está acontecendo no mundo espiritual depois que o corvo soltou a pérola sobre o mar. algo monstruosamente grande se ergue. O texto diz: “O conjuro terminou. Aí vem a noite!”.

É um final de arrepiar.