segunda-feira, julho 22, 2024

Ametista, a princesa do mundo de cristal

 


Hoje praticamente esquecida, Ametista foi uma personagem de destaque entre os leitores da editora Abril no início dos anos 1980 – popular a ponto de protagonizar o segundo número da revista Super-Powers.

Criada por Dan Mishkin, Gary Cohn (roteiro) e Ernie Colón (desenhos), a série foi publicada pela DC Comics em 1983 e republicada no Brasil na revista do Super-homem.

Ametista surgiu como um homem, um garoto de um mundo fantástico enviado para a terra chamado Changeling. Acontece que a DC já tinha um personagem com esse nome, o herói atualmente conhecido como Mutano, assim os editores pediram que o nome fosse mudado.

Quando atravessa para o mundo das gemas, a garotinha transforma-se numa mulher poderosa. 


Os roteiristas resolveram transforar o rapaz numa garota e chamá-la de Ametista. O nome levou ao conceito: que tal se Ametista viesse de um mundo dividido por várias casas, cada uma com o nome de uma gema? Assim nasceu o Gemworld (mundo das gemas – traduzido pela Abril como Mundo de Cristal).

Na trama, a casa Ametista é atacada pelo Lorde Opala e, como forma de salvar a herdeira, a feiticeira Citrina a envia para a Terra, onde ela é criada como uma criança normal. Esse conceito é sintetizado no texto incial da primeira história: “Quando era criança, você já sonhou que seus pais não eram realmente seus pais? Que na verdade você era o único herdeiro de um trono místico em outro mundo? Talvez você não se lembre dessa época, mas Amy Winston nunca irá esquecer, pois, para ela, nada disso é sonho!”.

O desenho de Ernie Cólon era a grande atração da série. 


À certa altura, o Lorde Opala consegue descobrir onde está a menina e manda lacaios sequestrá-la. Mas a menina, ao passar para o mundo mágico, transforma-se em uma mulher poderosa, consegue se livrar do sequestro e, no decorrer da série, irá reunir em torno de si todos aqueles insatisfeitos com a ditadura instalada pela casa Opala.

Embora o conceito fosse inovador – e tivesse antecipado outras séries como She-ra, o grande destaque mesmo eram os desenhos do artista porto-riquenho Ernie Colón, com seu traço detalhista (alguns dos melhores momentos da série são as molduras feitas por Cólon).

Embora a trama trouxesse a possibilidade de aprofundamento e tivesse situações adultas, como sugestão de estupro, não havia muita profundidade na abordagem.

A capa original, usada em Super Powers. A Abril mudou tudo para introduzir o Super-homem. 


A protagonista, por exemplo, é uma criança que vira uma mulher adulta de um momento para o outro, mas isso não tem consequências maiores do que uma ou outra dúvida no início. E, quando volta à terra, Ametista parece volta a agir e se comportar como uma criança.

Ainda assim, a série ganhou muitos fãs e chegou até a protagonizar um encontro com o super-homem, publicado pela Abril em Super-powers 2, junto com o final da saga .  

Em tempo: a DC fez uma segunda série com a personagem, sem muito sucesso.

Sem comentários: