segunda-feira, julho 22, 2024

Sonja – o preço da traição

 



Pouca gente sabe, mas a icônica vestimenta de Sonja, o biquine de cota de malha, foi criado pelo artista espanhol Esteban Maroto. Ele desenhou a roupa para a revista Comixscene #5, de Jim Steranko, o que chamou a atenção de Roy Thomas e depois se tornaria o padrão para a personagem.

Mas Maroto também desenhou a primeira aventura solo da personagem, publicada em The Savage Sword of Conan 1. A história, escrita por Roy Thomas, contou com a arte-final de dois outros grandes mestres: Neal Adams e o filipino Ernie Chan.

O desenho de Maroto em que aparece pela primeira vez a famosa roupa da personagem.


A página de abertura da história já mostrava a personagem em todo o seu esplendor, cavalgando um alazão. O texto dizia: “Por ordens expressas do rei Ghannif, qundo o último raio de sol desaparece no horizonte, ninguém pode entrar ou sair da cidade-estado de Pah-Dishah! Esta noite, contudo, os gigantescos portões de madeira se abrem para dar passagem a uma deusa ruiva, que cavalga lenta e orgulhosamente para fora da cidade”.

As páginas seguintes são usadas para um flash back que se refere a uma aventura anterior dela com Conan. O rei local prometera a ela os maiores tesouros se ela lhe trouxesse a Tiara da Serpente.  

Aqui Maroto mostra toda a sua habilidade como narrador visual, com sequencias sem requadro, em que a heroína aparece belíssima num close, seus cabelos ruivos esvoaçantes, a boca carnuda. Curiosamente, nesse flash back ela aparece com a roupa anterior, criada por Barry Smith, provavelmente em respeito à cronologia.



A heroína consegue a joia e entrega para o rei, que, num ato de traição, não só não lhe dá um pagamento, como a aprisiona. O objetivo é transformá-la numa de suas comcubinas: “Ela será a favorita de meu harém! Já estou cansado de mulheres submissas e passivas!”.

Sonja é lavada e vestida com belos trajes exóticos e sensuais – ironicamente, esses trajes escondem mais do que o biquine de cota de malha. Mas a sequência do harém é repleta de mulheres, o que deve ter sido uma alegria para Maroto, que era um especialista em ilustrar o sexo feminino.

Claro que sonja não iria se conformar com a vida de comcubina, daí o título: o preço da traição.

No Brasil essa história foi publicada pela primeira vez em superaventuras Marvel 20. 

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