domingo, julho 21, 2024

Perry Rhodan - Missão Secreta: Moloque

 


Uma das razões que faziam os livros escritos por William Voltz (além da qualidade do texto) se diferenciarem dos outros da série Perry Rhodan era a forma como o autor conseguia manejar o suspense, escrevendo um livro que se tornava interessante da primeira à última página. Isso pode ser visto, por exemplo, no número 91, o terceiro escrito por ele.

Na história, Rhodan resolve tentar contato com os deformadores de matéria com o objetivo de conseguir aliados, afinal, agora todos sabem a localização da Terra, o que faz com que ela seja um alvo preferencial.

Os cálculos indicam que os deformadores podem ser encontrados em planeta chamado Moluque e para lá é enviada uma nave da classe estado comandada pelo coronel Marcus Everson, que já havia tido contato com um deformador de matéria no volume O pavor (também escrito por Voltz).

A capa original alemã 


Mas quando a nave desce no planeta, o sistema antigravitacional falha, fazendo com que ela simplesmente desabe. Isso é só o início de uma série de eventos que vão mostrado aos poucos que os terranos caíram em uma armadilha.

Voltz vai aumentando cada vez mais essa sensação de armadilha ao mesmo tempo em que joga com o suspense, colocando algumas informações sobre eventos futuros, a exemplo de: “Não acreditou nem em Petsteven nem no nativo... até que acontecesse alguma coisa com Edward Bellinger”.

Isso faz com que os suspense se mantenha o tempo todo. Aliás, esse é um dos livros em que o leitor acredita piamente que tudo inevitavelmente vai dar errado, mas literalmente na última página tudo se resolve de maneira lógica.

Se isso não fosse mérito suficiente, em sua visão humanista, Voltz detalha cada um dos personagens do livro, trazendo uma caracterização ou informação sobre ele, a exemplo do próprio Coronel Everson: “Poucos comandantes da frota estelar eram tão estimados como Everson. Seus homens o veneravam. Sabia dar o máximo de liberdade e exigir apenas o mínimo de disciplina, sem que isso afetasse sua autoridade”.

Considerando que Perry Rhodan era uma série de ficção científica produzida de modo quase industrial, o que William Voltz fazia é muito mais do que se poderia esperar.

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