Uma das razões pelas quais o título do Homem-Aranha se tornou um dos mais queridos dos leitores foram os diálogos inspirados escritos por Stan Lee, especialmente na interação de Peter Parker com o ranzinza JJ. Jameson, a exemplo do que vemos na história publicada em The Amazing Spiderman 46.
Na história, o aracnídeo se depara com um novo vilão, capazes de provocar tremores suficientes para arrombar um cofre de banco. O herói tira as fotos do confronto do aranha com Shocker e leva para o dono do Clarin, que fica maravilhado com as mesmas.
- Parece um pirado... mas com certeza venderá jornais! – exclama o sovina.
- Foi o que pensei! Então que tal umas verdinhas? – sugere Parker.
- Se quer salada, vá à cantina lá embaixo... e ponha na minha conta!
- Estava me referindo a grana... dindin... bufunfa... dinheiro, senhor!
- Dinheiro? Não confia em mim, Parker?
- Uma pergunta dessas pode arruinar um ótimo relacionamento, JJ.
Os encontros de Parker com JJ Jameson sempre davam origem a diálogos divertidos. |
No final, o dono do Clarin acaba dando um cheque para seu fotógrafo freelancer favorito. Crédito para o ótimo trabalho do tradutor Mário Luiz Barroso que conseguiu captar perfeitamente o espírito do diálogo.
Algo curioso na história é que o herói está usando uma tipóia, consequência de uma história anterior, em que ele enfrentou o Lagarto. Parecia que Stan Lee passava o dia pensando em que tipo de roubada iria colocar o cabeça de teia: quando não era uma gripe, um pé inchado ou uma torção no braço, quando não eram problemas físicos, eram problemas psicológicos... a vida de Parker nunca parecia estar bem, o que certamente aumentava a identificação dos leitores com o mesmo.
O herói estava usando uma tipóia... |
Mas a tipóia cria um problema de verossimilhança na história.
À certa altura, Parker é seguido pelo caolho, um repórter do Clarin interessado em descobrir o segredo da relação do fotógrafo com o herói. O caolho vê Parker entrando num beco e depois o homem-aranha saindo e conclui que os dois são a mesma pessoa.
... mas isso cria um problema de verossimilhança. |
Para solucionar a situação, Parker simula uma conversa do aranha com ele mesmo, depois faz um boneco que sai balançando numa teia. Um boneco balançando numa teia conseguiria ser convicente para o olhar de um jornalista? Mas, mesmo que esqueçamos isso, tanto o aranha quanto Parker estão com uma tipóia exatamente no mesmo braço! É preciso ser muito idiota para acreditar que duas pessoas no mesmo lugar coinscidentemente haviam se machucado da mesma forma.
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