domingo, agosto 11, 2024

Homem-aranha – O sinistro Shocker

 


Uma das razões pelas quais o título do Homem-Aranha se tornou um dos mais queridos dos leitores foram os diálogos inspirados escritos por Stan Lee, especialmente na interação de Peter Parker com o ranzinza JJ. Jameson, a exemplo do que vemos na história publicada em The Amazing Spiderman 46.

Na história, o aracnídeo se depara com um novo vilão, capazes de provocar tremores suficientes para arrombar um cofre de banco. O herói tira as fotos do confronto do aranha com Shocker e leva para o dono do Clarin, que fica maravilhado com as mesmas.

- Parece um pirado... mas com certeza venderá jornais! – exclama o sovina.

- Foi o que pensei! Então que tal umas verdinhas? – sugere Parker.

- Se quer salada, vá à cantina lá embaixo... e ponha na minha conta!

- Estava me referindo a grana... dindin... bufunfa... dinheiro, senhor!

- Dinheiro? Não confia em mim, Parker?

- Uma pergunta dessas pode arruinar um ótimo relacionamento, JJ.

Os encontros de Parker com JJ Jameson sempre davam origem a diálogos divertidos. 


No final, o dono do Clarin acaba dando um cheque para seu fotógrafo freelancer favorito. Crédito para o ótimo trabalho do tradutor Mário Luiz Barroso que conseguiu captar perfeitamente o espírito do diálogo.

Algo curioso na história é que o herói está usando uma tipóia, consequência de uma história anterior, em que ele enfrentou o Lagarto. Parecia que Stan Lee passava o dia pensando em que tipo de roubada iria colocar o cabeça de teia: quando não era uma gripe, um pé inchado ou uma torção no braço, quando não eram problemas físicos, eram problemas psicológicos... a vida de Parker nunca parecia estar bem, o que certamente aumentava a identificação dos leitores com o mesmo.

O herói estava usando uma tipóia... 


Mas a tipóia cria um problema de verossimilhança na história.

À certa altura, Parker é seguido pelo caolho, um repórter do Clarin interessado em descobrir o segredo da relação do fotógrafo com o herói. O caolho vê Parker entrando num beco e depois o homem-aranha saindo e conclui que os dois são a mesma pessoa.

... mas isso cria um problema de verossimilhança. 


Para solucionar a situação, Parker simula uma conversa do aranha com ele mesmo, depois faz um boneco que sai balançando numa teia. Um boneco balançando numa teia conseguiria ser convicente para o olhar de um jornalista? Mas, mesmo que esqueçamos isso, tanto o aranha quanto Parker estão com uma tipóia exatamente no mesmo braço! É preciso ser muito idiota para acreditar que duas pessoas no mesmo lugar coinscidentemente haviam se machucado da mesma forma.

Sem comentários: