Embora posteriormente Thor se tornasse um dos personagens mais interessantes e consistentes da Marvel, no início era muito comum histórias que beiravam a vergonha alheia, em especial na fase em que Kirby havia saído do título e Lee estava só nos argumentos.
Um exemplo disso é Thor e Loki atacam a raça humana, publicado em Journy in to Mistery 94, com diálogos de Robert Bernstein e desenhos de Joe Sinott.
A capa mostra Thor e Loki na sede da ONU. Thor levanta o Mjorn e diz: “Qualquer homem que erguer sua mão contra Loki também terá de enfrentar Thor!”. O deus da trapaça cruza os braços, aproveitando seu momento de glória e pensa: “Fiz Thor pensar que sou seu amigo! Mas quando servir ao seu propósito, ele será minha próxima vítima!”.
Algumas sequênciam beira o humor involuntário. |
Se essa capa já não fosse estranha o suficiente, na splash page inicial Thor encosta o dedinho na torre de Pisa, enquanto pedras caem. Algumas pessoas fogem desesperadas, enquanto alguém grita: “Fujam! Salve-se quem puder!”. A cena toda beira o humor involuntário.
E como Loki fez com que Thor virasse seu aliado? Com uma pancada na cabeça, dada pelo próprio Mjorn, que volta enquanto o deus do trovão está socando uma ilusão criada pelo deus da trapaça. A partir daí, Thor faz tudo que o outro quer. Mas como Loki poderia saber qual o local correto que o martelo deveria bater? Não importa, diriam os autores.
Com a personalidade modificada, Thor vai para Asgard libertar Loki e no caminho, enquanto atravessa a ponte do arco-íris, dá um soco em Heindall. Ele teria entrado da mesma maneira, mas resolve dar o soco para não perder a viagem.
Então temos Odin tentando esganar Loki, Thor salvando-o. Depois o deus do trovão e Loki vão para a terra, onde tocam o terror. Thor destrói o Taj Mahal, esfacela a torre Eiffel enquanto Loki dá vida à esfinge, que destrói as ruas do egito. Isso que é maneira de uma dupla de irmãos se divertirem!
Thor e Loki botam pra quebrar. |
Claro que no final Thor volta a ser bonzinho e a história termina com o deus do trovão jogando seu martelo na cabeça de Loki. Mas se a martelada tinha feito com que Thor ficasse mau, a martelada não muda nada na personalidade de Loki.
Joe Sinnott era um ótimo arte-finalista, mas como desenhista deixava muito a desejar, da mesma forma que Bernstein nos roteiros.
Imagina como os leitores da época deveriam ansiar pela volta da dupla Kirby-Lee.
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