quinta-feira, agosto 15, 2024

O anel de nibelungo, de Roy Thomas e Gil Kane


O anel de nibelungo, de Richard Wagner, é uma das operas mais famosas de todos os tempos e sua influência sobre a literatura de fantasia é inestimável. É também uma das mais grandiosas. A ideia original era escrever apenas uma parte, A morte de Siegfried, mas o autor convenceu-se de que precisava de uma narrativa mais completa. Assim, ele produziu um épico que, de certa forma, resume toda a mitologia nórdica.

Nos quadrinhos, dois grandes fãs de O anel de Nibelungo eram o desenhista Gil  Kane e o roteirista Roy Thomas. Kane, inclusive, foi o responsável por apresentar o material ao amigo, ao levá-lo para assistir a ópera na década de 1970.

A arte ce Gil Kane é grandiosa. 


Na década de 1990, os dois propuseram para a DC Comics adaptar esse épico para os quadrinhos, proposta que foi prontamente aceita. A paixão de Kane pela história era tão grande que, durante a produção da HQ, ele chegou a desenvolver um linfoma, um dos tipos mais agressivos de câncer, e escondeu isso de todos com medo da editora cancelar o projeto.

A história inicia em uma época em que Valhalla acabar de ser construída pelos gigantes. Em pagamento, Woltan prometera aos gigantes a deusa Freia, mas sem a intenção de cumprir o acordo. Quando a situação parece perdida, surge Loge, que convence os gigantes de que o anel de nibelungo, um artefato extremamente poderoso, poderia ser um substituto à altura de uma deusa.

Woltan convenceu os gigantes a construirem Vahalla e em troca ofereceu a deusa Freya.


O nibelungo Alberich era um anão que, ao renunciar ao amor, roubara o tesouro das donzelas de Rhine e com ele forjara o anel e um capacete que concedia a invisiblidade.

O anel é roubado pelos deuses, mas o dono original roga uma maldição cujo resultado já é percebido logo no início, quando um dos gigantes mata o irmão para se apossar do mesmo.

Esse é só o início de uma longa saga construída em torno do artefato, uma saga que terá como principal protagonista o herói sem medo Siegfried.

O anel é amaldiçoado.


A adaptação de Roy Thohoas tem qualidades e problemas. O maior problema está relacionado ao fato de que tentaram condensar uma história grande demais em poucas páginas. Isso faz com que fatos sejam mal explicados e que os personagens simplesmente pulem de um ambiente para o outro de forma abrupta, especialmente no terceiro capítulo.

A edição da Opera Graphica acrescenta um outro problema: a história foi produzida para ser publicada em cores, e aqui saiu em preto e branco. O déficit provocado por essa escolha é óbvio demais.

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