domingo, setembro 15, 2024

Gilgamesh, de Jim Starlin


Gilgamesh é o protagonista de uma das primeiras epopéias da história da humanidade. Estima-se que o clássico babilônico sobre um herói que matava monstros seja 1.500 anos anterior a obras como a Odisséia.

Recontar essa história, por si só seria um desafio. Mas Jim Starlin acrescenta um item a mais de complexidade. Especialista em sagas estelares, ele resolve transformar o épico Gigamesh em uma história de ficção científica.
O comandante tenta salvar a espécie enviando duas cápsulas, mas o robô envia dois machos. 


Na trama, uma nave extraterrestre vinda de um planeta condenado está se aproximando da Terra. A energia da nave está acabando e não há tempo de procurar outro local para pousar. Por outro lado, não existem mais o sistema de defesa. Para aumentar a chance de sobrevivência da espécie, o comandante manda soltar duas sondas. Quando a nave é destruída por misséis terrestres, as duas sondas são tudo que restou da espécie. Só que, por uma falha de robô, foram enviados dois meninos.

Uma das sondas cai em uma selva sul-americana, enquanto a outra cai em uma plantação de maconha na fronteira do México com os EUA e o garoto alienígena acaba sendo adotado por um casal hippie. O garoto é chamado de Gilgamesh em homenagem ao herói clássico.
Jim Starlin faz algumas ótimas sequências de humor... 


A história pula para 25 anos depois. O garoto que caiu na floresta torna-se um selvagem que expulsa todos que se aproximam, enquanto o outro, Gilgamesh, tornou-se presidente da empresa que domina a política mundial.

Há cenas cômicas, como a de quando Gilgamesh manda uma prostituta para cuidar do selvagem e este não sabe lidar com a sensualidade da garota. Há cenas memoráveis de ação, como no primeiro encontro entre os dois, ou quando eles enfrentam um monstro nas selvas sul-americanas.
... mas o forte da história é a ação. 


Jim Starlin mistura ficção científica e humor para falar dos mais diversos temas atuais, que vão do colonialismo à ecologia ao mesmo e o faz numa narrativa envolvente de ficção científica. Ou seja: Starlin fazendo o que ele faz de melhor.

O único aspecto lamentável dessa história em quatro partes é o fato de que ela acaba rápido demais. Fica a impressão de que os personagens poderiam ser muito melhor desenvolvidos uma série mais longa.
No Brasil essa minissérie foi lançada pela editora Globo.

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