quarta-feira, setembro 11, 2024

Perry Rhodan – O mistério do Anti

 

Quando Atlan chega ao cargo de imperador de Árcon, lá pelo meio do segundo ciclo da série, parece que as ameaças à Terra finalmente foram debeladas. Afinal, os arcônidas são a mais poderosa força militar da galáxia. Para deixar claro que a situação não é tão cômoda assim, K.H.Scheer, escreveu um livro focado em um risco real: a morte de Atlan. Esse personagem era teoricamente imortal graças a um ativador celular no formato de um ovo. Mas e esse equipamento fosse roubado? É isso que acontece no número 96 da série.

Quando comecei a ler, pensei que esse livro teria tudo para ser uma tremenda trama policial, com vários suspeitos no palácio sendo descartados um a um até se chegar ao verdadeiro ladrão. Mas Scheer simplesmente preferiu ignorar essa possibilidade.

Assim, o ladrão é o líder de uma seita fanática que se enquartelou em seu templo guardando ali o artefato que garante a vida do imperador.

Aqui, de novo, a trama trazia várias possibilidades narrativas. Afinal, uma seita de fanáticos é um tema ousado para a época e poderia gerar até mesmo uma saga. George Martin usou esse plot, de uma seita se infiltrando nas estruturas do poder, de forma genial em Guerra dos tronos.

A capa original alemã. 


Mas, de novo, o resultado é decepcionante. A história se limita ao ataque bruto das forças de Atlan e de Rhodan contra o templo uma vez que os mutantes não podem ser usados, pois o líder da seita é um anti, alguém capaz de anular poderes mutantes.

No final, a história se resumiu em um duelo entre personagens, algo que já tínhamos em outras histórias, entre elas a primeira do segundo ciclo.

O mistério do Anti tinha tudo para ser um dos volumes mais inovadores e interessantes do segundo ciclo, mas acabou sendo apenas mais do mesmo.

Em tempo: a capa americana desse volume (reproduzida aqui pela Ediouro) é um daqueles muitos exemplos de como o artista Gray Morrow não fazia a menor questão de se inteirar da série antes de fazer as ilustrações. Aqui Gucky aparece totalmente descaracterizado, com uma cauda pontuda e um rosto que lembra mais um gato que um rato.

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