domingo, setembro 15, 2024

Planeta 51: ficção científica como metáfora política

 

Planeta 51  é um filme de animação espanhol-inglês dirigido por Jorge Blanco, escrito por Joe Stillman. A história se passa em um planeta extraterrestre semelhante à Terra dos anos 1950. O protagonista é Lem, um garoto de 16 anos que sonha um dia dirigir o planetário da cidade. Sua vida é mudada quando ele descobre, escondido no planetário, um astronauta terrestre se escondendo das autoridades. 
O filme é uma espécie de ET ao contrário, com um humano em um planeta alienígena tentando voltar para a nave e tendo de fugir da perseguição oficial. 
Os fãs de ficção científica mais atentos vão se deliciar com as centenas de referências a outros filmes. Um cachorrinho, por exemplo, tem a cara do Alien e urina ácido. Outro grande referencial é Vampiros de almas, de Don Siegel, 1956, filme em que extraterrestres tomam o lugar de humanos em uma pequena cidadade do interior dos EUA.  Vampiros de almas foi escrito como uma crítica à paranóia anti-comunista que dominou a América nos anos 1950, em que se imaginava que qualquer um podia ter se tornado um comunista. Planeta 51 retoma essa premissa na cena em que o general acusa um hippie de ter sido transformado em zumbi pelo terrano apenas porque ele usa cabelo comprido. 
Planeta 51 tem, portanto, uma mensagem política. É sobre o medo do novo e sobre o conservadores versus inovações sociais. A cena em que os soldados avançam sobre os hippies com cacetetes é, nesse sentido, emblemática.  

Sem comentários: