sábado, dezembro 07, 2024

Demolidor – Surge Elektra

 


No número 168 da revista do Demolidor, Frank Miller assume de vez os roteiros. Ele tinha assumido os desenhos do título apenas alguns números antes, mas sua narrativa revolucionária já mostrava que ele se tornaria o nome mais quente do mercado.

Assim que assumiu, Miller quis já imprimir sua assinatura no título, introduzindo uma personagem que se tornaria uma das mais badaladas da Marvel, a assassina Elektra.

Na trama, o Demolidor está atrás de um ladrão chamado Alarich Walllenquist, que testemunhou um assassinato e pode ser a única pessoa capaz de livrar da prisão uma pessoa inocente. Só que Elektra também está atrás do mesmo homem.

A primeira aparição de Elektra 


A história começa numa sequência antológica (eu me lembro até hoje quando a li em Superaventuras Marvel 6). Tucão está disfarçado de cego quando chega o Demolidor, perguntando informações sobre o homem desaparecido. Começa uma briga entre os dois que é quase um covardia, afinal estamos falando do Tucão, o eterno perdedor da série. Um falso mendigo tenta matar os dois com uma garrafa de nitroglicerina. O demolidor está interrogando esse segundo atacante quando surge Elektra.

Embora nessa primeira imagem não seja possível nem mesmo ver seu rosto, é uma cena impactante, com a anti-heroina agarrada a um cabo, numa atitude corporal que conota poder e grande capacidade física.

Miller revela forte influência de Will Eisner e Steve Ditko. 


Então, um flash back mostra como Elektra e Matt Mudock se conheceram. Os dois estudaram na mesma faculdade, ele um pobre rapaz e ela a filha de um diplomata. Há cenas de humor, em especial aquelas envolvendo o guarda-costas dela que parecem ter saído diretamente das páginas de Will Eisner. E há cenas de ação com forte influência de Steve Ditko (do qual ele copia também as páginas com muitos quadros). Miller une perfeitamente essas duas influências, misturando-as com novidades narrativas únicas, como a forma como é mostrado o radar.

Acresente a isso diálogos descolados (“Não vá embora ainda, Slaughter. Já falo com você... assim que tiver jogado fora o lixo!”, enquanto se livra de alguns capangas) e textos de ótima qualidade (“Ecoando pela via expressa da zona norte, sirenes da polícia, irremediavelmente atrasada, lamuriam-se... uma distante sirene de nevoeiro emite um longo e doloroso gemido... pois pela primeira vez, Elektra chora”).

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