Ao voltar de sua jornada psicodélica no
deserto, no número 20 da série, o Homem-Animal descobre que sua mulher e seus
filhos foram mortos, o que o coloca em uma jornada de depressão e, depois,
vingança.
No começo, vemos o personagem catatônico,
sendo cuidado pelos vizinhos. Para demonstrar visualmente o deslocamento do
personagem da realidade, são introduzidos borrões nos quadros, como se ele
tivesse apagado entre uma situação e outra. O recurso funciona muito bem e
consegue, de maneira simples, demonstrar o estado de espírito do personagem.
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Borrões são usados para expressar o estado de espírito do personagem. |
Em paralelo a isso, temos sequências com o
assassino e seu encontro com a organização que ordenou as mortes. Descobrimos
que se trata de um grupo que tem sido afetado pelas atividades ecológicas do
Homem-Animal e pretende fazer com que ele pare de incomodá-los.
O herói só sai do estado de depressão
quando o Mestre dos Espelhos entra em contato dizendo saber quem foi
responsável pela chacina. A partir daí, o Homem-Animal inicia sua jornada de
vingança, matando um a um os responsáveis.
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O herói embarca em uma jornada de vingança. |
Embora essa trama de vingança fosse, em
muitos sentidos, semelhante à trama de vingança do Monstro do Pântano (o que é
uma ironia, já que Morrison se apresentava como o anti Alan Moore), é uma
história empolgante, na qual o personagem usa de maneira criativa os poderes
animais. À certa altura, por exemplo, ele usa a habilidade de uma mosca de
experimentar de maneira mais vagarosa a passagem do tempo e assim destruir um
robô.
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O herói usa a percepção de tempo de uma mosca. |
Vale lembrar também que, naquela época,
super-heróis não matavam, não importa o motivo.
O bom desenvolvimento dessa história mostra
a razão pela qual o Homem-Animal, um personagem obscuro da DC, se tornou o
carro-chefe da revista DC 2000.
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