O número seis da série Guerras Secretas é dedicado a dois
acontecimentos específicos.
De um lado, Vespa sofre um desastre aéreo e vai parar em um
pântano onde encontra com Lagarto. Acontece que a Gangue da Demolição está ali
para pegar Lagarto e, no processo, acabam ferindo a heroína, o que provoca a
fúria do réptil – como se o roteirista Jim Shooter estivesse ensinando como
criar conflito mesmo entre os vilões.

Vespa faz amizade com o Homem-Lagarto. Uma amizade animal!
Por outro lado, os X-men vão interceptar um grupo de vilões
que se aproxima de um vulcão, provavelmente com a intenção de fazê-lo entrar em
ebulição. Quando conseguem afastar o perigo, Ciclope atira seus raios oculares
no vulcão, fazendo com que ele entre em erupção. Lembro que lá pelos meus 15
anos, quando li, pensei: “Por que ele fez isso?”. Relendo, ainda parece uma
atitude impensada, um roteirismo, quando um roteirista faz o personagem fazer
algo idiota para que a trama se desenvolva.

Os X-men tentam impedir os vilões de provocarem a erupção de um vulcão...
No final, a ação de Ciclope acaba sendo acertada, pois a
erupção do vulcão faz Galactus paralisar seu trabalho de consumir o planeta.
Mas se era assim, por que simplesmente não deixaram os vilões fazerem o
trabalho? Teria sido muito mais sensato do que ferir mortalmente o Homem
Molecular. Parecia uma atitude de quinta série.

... para logo depois provocar a erupção do vulcão.
Além disso, uma coisa que já naquela época me chamou
atenção é o fato dos X-men extremamente subservientes ao professor Xavier, como
se fossem todos pré-adolescentes da fase inicial do título. Todos, com exceção de Ororo, que parece apenas uma
garotinha revoltada, algo sinalizado por seu visual punk. Parecia que Jim
Shooter só tinha lido mesmo a fase de Stan Lee e Jack Kirby à frente dos
mutantes e dado apenas uma folheada na fase de Claremont e Byrne.

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