Em 1990 eu fui o convidado especial do I Encontro de Quadrinheiros de Manaus. O evento aconteceu no SESC e foi promovido pelo Departamento de Comunicação da Universidade do Amazonas.
Eu tinha apenas 19 anos e nunca havia sequer viajado de avião. Era uma situação totalmente inusitada para mim ser a principal atração de um evento dessa magnitude. Mas mesmo assim, já era conhecido na época pelos quadrinhos de terror em parceria com o compadre Bené Nascimento. Das quatro palestras do evento, duas eram comigo.
Uma parte do evento que merece destaque é a palestra sobre Carlos Zéfiro, ministrada por Joaquim Marinho.
Marinho era o maior colecionador de quadrinhos eróticos do Brasil e já tinha publicado um livro sobre Carlos Zéfiro. Na época ele fez questão de me levar na sua casa e me mostrar sua impressionante coleção de quadrinhos além de pedir autógrafos nas revistas (ele tinha tudo que já havia publicado). Ele já era um cara respeitadíssimo no meio cultural do Amazonas e era proprietário de vários cinemas. Imaginem um rapaz de 19 anos sendo tietado por alguém como ele.
Anos depois, Marinho se tornaria o secretário de cultura que revolucionaria a área no Amazonas. Dele foi a ideia de grandes eventos, como o Festival Amazonas de Ópera (que atualmente está na 23a edição) e um festival de cinema que chegou a contar com grandes astros de Hollywood.
Marinho já foi objeto até de documentário, intitulado Sol, pipoca e magia.
Como resultado desse evento, organizou-se em Manaus o movimento quadrinheiro, que revelou grandes nomes do quadrinho nacional . Por conta disso, até hoje o pessoal de Manaus tem um grande carinho por mim - um sentimento recíproco. Da última vez que fui na cidade, fui como convidado de um congresso e não poderia participar de outros eventos. Mesmo assim o pessoal organizou um jantar em uma pizzaria, onde autografei livros.
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