Uma das muitas estratégias de marketing de Stan Lee era criar histórias que instigavam ou simplesmente refletiam discussões entre os leitores.
E uma das grandes questões do universo marvelístico sempre foi: quem é mais forte, Thor ou o Hulk?
Stan Lee e Jack Kirby se propuseram a responder essa pergunta em Journey into Mystery 112.
O combate é antecipado já na capa, com uma imagem monumental do deus do trovão e o golias esmeralda em plena contenda.
A história começa com Thor sobrevoando Nova York e vendo dois grupos em acalorada discussão, cada ums segurando um cartaz com seu ídolo. Um diz: “Thor é mais forte que qualquer um!”. “Ah, é? Tira o martelo e sobra o que, palerma?”, replica outro. “Viva o Hulk!”, grita outro. “O Thor bate naquele coió com as mãos nas costas”, retruca outro. Parece até uma discussão na internet nos dias atuais, mas era um embate entre os fãs do Hulk e do Thor.
Stan Lee antecipando as discussões acaloradas da internet. |
O deus do trovão, que pelo jeito não tinha nada melhor para fazer, desce junto aos dois grupos e resolve contar a vez em que ele se bateu contra o Hulk sem o uso de seu martelo, como forma de descobrir quem de fato era o mais forte.
Stan Lee aproveita uma aventura anterior, publicada em Vingadores 3, quando o grupo enfrenta Namor e o Hulk e resolve contar “os bastidores” do confronto, um momento em que Thor e Hulk lutaram um contra o outro. Aí, no meio da contenda, o deus do trovão implora para Odin tirar o poder de seu martelo porque quer medir forças com o golias esmeralda. Olha a ideia do indivíduo! O mundo ali, correndo risco e Thor resolve transformar a situação numa disputa de músculos.
A história conta os bastidores de uma aventura anterior. |
Aliás, uma disputa de músculos é algo que Kirby sabia fazer muito bem. O seu Hulk é absolutamente monstruoso, uma massa de músculos com a cabeça deformada, em contraste com Thor, que apesar de músculoso, é esbelto.
Claro que, no final, dá empate. Os rapazes que estão ouvindo não aceitam o resultado. “Afinal, quem é mais forte?”, ao que o deus do trovão retruca: “Pode-se apenas advinhar a resposta... mas não tenho como provar. Consequentemente, nada direi, pois o deus do trovão não dispersa palavras ao vento de forma incauta”... e sai voando, como se não tivesse passado meia hora ali conversando à toa com nerds.
Algumas histórias desse período eram tão sem sem sentido que chegavam a ser geniais.
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