sexta-feira, abril 29, 2022

Super-homem – um amigo em apuros

 


Para comemorar os 50 anos do Homem de aço, a DC fez uma edição especial da revista Action Comics. A primeira parte dessa edição foi um encontro do personagem com a Mulher Maravilha, cortesia da dupla Byrn-Perez. A segunda parte ganhou roteiro de John Byrne e Roger Stern desenhos de dois clássicos desenhistas da DC (Kurt Schaffenberger e Curt Swan) e um novo talento que estava depontando, Mike Mignola.


Curt Swan foi o mais importante desenhista do Super-homem na era de prata. 

Na primeira parte da história, Lois Lane está, como sempre, se arriscando para conseguir uma matéria e, ao chegar na redação, descobre que seu furo de reportagem não será manchete porque a atenção de todos está no suposto romance entre o Super-homem e a Mulher Maravilha (uma referência à primeira história do especial). Clark Kent sabe a verdade e tenta apaziguar a jornalista, mas é obrigado a socorrer o amigo Jimmy Olsen, envolvido, como sempre, em um grande perigo.

Até aí o roteiro parece uma bela homenagem às aventuras clássicas do personagem, com situações que se repetiram à exaustão durante décadas.

O Super-homem embarca numa jornada psicológica. 


A reviravolta acontece quando o herói começa a passar mal diante de uma onda de radiação de kriptonita que parece estar banhando o planeta. Olsen o ajuda a entrar em uma caverna, onde ele teria alguma proteção contra a radição e é quando a história se torna um delírio e uma jornada de auto-realização que envolverá desde uma briga com o Morcego humano até uma ida ao que sobrou de Kripton e um delírio no qual todos os kriptonianos tiveram tempo de se salvar indo para o planeta terra (bem ao estilo da revista Marvel “O que aconteceria se...”).

Apesar de todo o conteúdo psicológico subjacente, Byrne consegue contar uma história simples, fácil de ser entendida, com uma narrativa fluída – algo que talvez tenha se perdido nos últimos tempos.

Mignola é o grande destaque da história. 


É sempre um prazer ver Curt Swan desenhando o superman, mas o destaque da história sem dúvida é Mignola, especialmente quando este desenha Gavião Negro e sua esposa. O traço limpo, repleto de contrastes e elegante funciona muito bem aqui.

Além disso, a história fecha com uma bela reflexão: “Talvez eu precise de kriptonita para nunca esquecer da minha própria mortalidade. Um importante lembrete de que ser um homem é muito importante do que ser... um super-homem”.

No Brasil essa história foi publicada em Super-powers 16.

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