As origens do desenho Comando em ação remontam ao ano de 1964, quando a Hasbro lançou um boneco articulado de um soldado, que fez grande sucesso com os garotos durante muito tempo – foi provavelmente o primeiro, senão o primeiro boneco destinado a esse público (antes só existiam bonecas para meninas).
Na década de 1970, a
impopularidade da Guerra do Vietnã fez com que a Hasbro pensasse em um universo
mais fantástico e ficcional, para distanciar o personagem das guerras reais.
Nesse mesmo período a crise do Petróleo fez com que o preço do plástico se
tornasse proibitivo para bonecos maiores. Assim, a empresa lançou uma linha de
bonecos menores e contratou a Marvel para produzir histórias em quadrinhos com
os personagens.
O escolhido para escrever
a revista foi Larry Hama, que tinha sido militar e tinha uma ideia sobre um
grupo de elite comandado por Nick Fury que combateria terroristas da Hidra. Só
foi adaptar o projeto, mudando Hidra para Cobra (ideia de Archie Goodwin) e criar
os novos personagens. Assim surgiu G.I. Joe: A Real American Hero. A revista
fez um enorme sucesso, chegando a mais de 150 números.
A proposta era lançar
também um desenho animado, que ficou sob responsabilidade da Marvel e da
Sunbow, uma subsidiária da Sony.
Conhecido no Brasil como
Comandos em Ação, o desenho contava com um time misto de personagens
carismáticos lutando contra uma organização terrorista composta de vilões
extravagantes, a começar pelo próprio líder, Cobra, um homem que jamais tirava
a máscara, aparentemente por ter um rosto deformado, ou Destro (conseguem
pensar num nome melhor para um vilão?), um homem com pele metálica.
O desenho conseguia
superar as limitações, como a proibição de exibição de violência real (o que
certamente era um problema num desenho desse tipo) com criatividade e bom
humor, produzido episódios que conquistaram a garotada.
Um exemplo disso é o
episódio “Luz, câmera, ação”, escrito por Buzz Dixon (que também chegou a
escrever algumas histórias do gibi). Na trama, um estúdio está produzindo um
filme sobre G.I. Joe, mas o diretor quer dar realismo para as cenas, de modo
que chamam alguns dos combatentes do grupo para atuarem nas cenas. Ocorre que
os produtores estão usando equipamentos do Comando Cobra confiscados, entre
eles um avião que tem um mecanismo que permitira a localização do quartel
general do vilão.
Assim, vários personagens
do grupo Cobra se infiltram no filme, fazendo-se passar por atores com objetivo
de recuperar o avião, o que gera uma verdadeira “comédia de erros”, já que os
G.I. Joe não sabem que estão combatendo os verdadeiros vilões.
Em meio à muita pancadaria
e tiroteios (nos quais ninguém nunca sai machucado), há cenas de humor, como
quando um ataque real dos cobras é festejado pelo diretor como uma ótima cena
de ação para seu filme para logo depois descobrir que todas as suas câmeras
foram destruídas durante o ataque.
No total, a série teve quase
150 episódios, fora os filmes.
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