No número 6 da série Tropa Alfa, John Byrne
demonstrou que estava disposto a experimentar o máximo possível, testando até
onde os editores o deixavam ir.
A história é protagonizada pela heroína
Pássaro da Neve, que aparece na capa, em uma belíssima imagem que antecipa uma
das soluções visuais do volume. Sua figura surge quase perdida, em meio ao
branco total simulando a neve.
Pássaro da Neve sente o perigo...
A história começa com Anne Mckenzie, a
identidade civil da Pássaro da Neve, recebendo uma bronca de seu novo chefe,
que exige uma explicação para seus desaparecimentos ocasionais. O chefe
anterior sabia que ela fazia parte da Tropa Alfa e a autorizava a sair do
serviço, mas esse novo não conhecesse esse segredo, e acaba mandando prendê-la.
A garota está na prisão quando sente uma
ameaça e é obrigada fugir destruindo a
parede da prisão: um ser ancestral chamado Kolomaq se libertou graças a uma
escavação de um poço de petróleo. Na própria edição descobrimos que Kolomaq é
uma das sete feras que num passado remoto quase haviam destruído o mundo em
suas guerras intermináveis e que haviam sido aprisionados pelos deuses. Tundra,
o primeiro adversário da Tropa Alfa tinha sido um deles – Byrne lança aqui o
gancho para histórias futuras, já que existem ainda cinco feras aprisionadas.
... e descobre que uma das feras do passado despertou.
A grande questão é que Kolomaq governa a neve
e, para atacar Pássaro da Neve ele provoca uma nevasca que torna impossível ver
qualquer coisa. Byrne demonstra visualmente isso fazendo quadrinhos em branco,
apenas com balões e onomatopeias. E ele não faz isso em apenas uma página, mas
em cinco páginas e meia!
Dizem que o editor não gostou da ousadia, o
que provavelmente explica o aviso que o artista colocou na primeira página:
“Cuidado! É o mês dos editores assistentes! Não diga que não avisamos!”.
São mais de cinco páginas apenas de balões e onomatopéias.
O recurso, aliás, é inovador no início, mas
sua repetição torna a narrativa cansativa, até porque, como não está mostrando
nada com o desenho, Byrne é obrigado a usar o texto-legenda para literalmente
narrar o que está acontecendo.
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