segunda-feira, janeiro 20, 2020

Thor – Ragnarok



A dupla Jack Kirby – Stan Lee foi responsável por criar a maior parte da mitologia Marvel. Todo o trabalho da dupla é digno de nota, mas foi em Thor que a habilidade de Kirby para criar mundos e conceitos e a habilidade de Stan Lee para o dramático e épico encontraramseu ponto mais alto. E, de todo o trabalho da dupla no personagem, a saga de Ragnarok é o pico absoluto.
Na história, Mangog, um mostro que encarna milhões de seres que em tempos antigos tentaram invadir asgard e foram detidos por Odin. Agora o mostro foi libertado e quer vigança. Para isso, ele pretende tirar a espada de Odin da bainha, provocando o Ragnarok, o fim dos tempos. Para piorar, Odin está dormindo o sono do qual não pode despertar, de modo que resta a Thor e seus amigos tentarem impedir a ameaça que pode destruir todo o universo.
Essa saga se estendeu dos números 153 a 157 da revista The Mighty Thor, reunidas no volume XIII da coleção e graphics clássicas da Salvat.
A história começa com o fim de uma saga anterior. Thor lança o troll Ulik no abismo das sombras e, ao se agarrar em uma saliência, ele descobre o local onde Mangog está preso e o liberta.
Isso era resultado da maneira como a dupla Lee-Kirby construía a trama de Thor: como uma grande saga, em que tudo se interligava. Assim, o final de uma trama ensejava o início de outra.
Há um intervalo em que Thor e Loki lutam na Terra (com Thor se transformando em Donald Blake, recurso muito usado na época para aumentar o suspense) e a deusa Sif sendo ferida mortalmente.
Mas é quando Mangog avança na direção de Asgard que a trama, que já estava eletrizante, esquenta de vez. O ritmo narrativo é alucinante como uma ópera que vai num crescendo até o final apoteótico. O desenho de Kirby vai se tornando mais grandioso a cada quadro e o texto de Lee marca o tom épico. “Então o momento é este!”, diz Thor, à medida em que o monstro se aproxima para retirar a espada e provocar o Ragnarok. “É aqui que lutamos! Aqui resistimos! E, se o destino assim decretar... é aqui que todos pereceremos!”.

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