Em 2002, o
roteirista Mark Waid assumiu o título do Quarteto Fantástico. Para marcar essa
nova fase ele fez uma história em que Reed Richards contrata um marqueteiro
para melhorar a imagem do grupo. Depois de passar uma semana com eles, o
consultor chega à conclusão de que o Quarteto Fantástico não é um grupo de
super-heróis. “Eles não lutam contra o crime. Não fazem patrulha. Não têm
batsinal. Eles são astronautas, viajantes, aventureiros, exploradores”.
Essa é
uma perfeita definição não só do grupo, mas principalmente dessa fase da
revista.
Waid pode
não ser genial, mas é um cara que sabe contar boas histórias e extrair a
essência dos personagens com os quais trabalha. Essas primeiras histórias,
publicadas no volume 57 da coleção Os heróis mais poderosos da Marvel dão o tom
da série: são HQs sobre família, sobre os personagens e a relação entre eles e
como eles reagem diante de ameaças incríveis, como uma Expressão matemática que
ganha vida a partir de um dos dispositivos criados pelo Senhor Fantástico.
O álbum
tem de tudo: humor (as pegadinhas da turma da rua Yancy e a reação raivosa do
Coisa), ficção científica, aventura, mas principalmente um bom desenvolvimento
dos personagens. O Tocha e o Coisa brigam o tempo todo. Sue se preocupa com o
irmão, que parece que não ter amadurecido psicologicamente, Reed sempre imerso
em suas pesquisas, muitas vezes não percebendo o que acontece à volta. Tudo
remente à essência dos pesonagens da era Lee-Kirby.
O maior
problema dessa fase é o desenho de Mike Wieringo, cartunesco demais. Todos os
personagens têm pés enormes. Se o estilo dele funciona bem com o Coisa, não
consegue passar seriedade para o Senhor Fantástico, por exemplo.
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